A vida de Santa Clara
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A Visita e o Trânsito do Pai Francisco
Depois de receber as chagas de Nosso Senhor, Francisco precisava partilhar o fato com uma pessoa: Clara. Então, determinou que o levassem até São Damião. Fora lá que o Crucificado lhe tinha falado pela primeira vez. Lá estavam as irmãs pobres de Clara. Sabia Francisco que se tratava de um viveiro de almas escolhidas e abençoadas por Deus. Para abriga-lo foi construída uma cabana perto do conventinho. Ali, Francisco haveria de se proteger do sol porque seus olhos não suportavam mais a claridade forte. Contam as lendas que os morcegos não abandonavam sua cabana. Clara se dispôs a preparar ataduras, fios, emplastros, feitos com ervas medicinais, chinelos de tecido para os pés chagados do Pai. Podemos bem imaginar a alegria e a tristeza vividas pelas irmãs. Não cessavam de rezar pelo Pai tão doente e tão repleto de graças do amor do Senhor. Foi nesse quadro de exultação e dor que Francisco teria composto o Cântico das Criaturas. Todo abrasado de fervor o cantor das criaturas, já quase cego, vivendo mais no céu do que na terra, perto de suas irmãs estimadas, apresentou a Deus um dos mais belos louvores que já subiram da terra até o céu. No final de setembro de 1226, o Santo manifestou o desejo de terminar seus dias na Porciúncula. Lá tudo havia começado e lá a Irmã Morte o visitou. A Páscoa de Francisco se deu a 3 de outubro de 1226. As clarissas de São Damião tiveram a alegria de receber o corpo de Francisco por alguns instantes. Antes de entrar na cidade, o cortejo tomou um atalho que conduzia até São Damião. Entre sentimentos de alegria e de tristeza, as irmãs beijavam suas mãos abençoadas e enfeitadas com as chagas do Senhor. Com a morte e o sepultamento de Francisco, encerrava-se a convivência de Clara com o exemplo vivo do Evangelho.